30.9.12

 

Drible do vácuo


A ignorância é um ser que dribla o próprio vácuo.

27.9.12

 


Minifato XXXIV
(a realidade goleando a ficção)


Catarina Migliorini, catarinense de 20 anos, está leiloando a própria virgindade pela internet.
"É só um negócio. Conversar pode. Mas beijar, não. Beijar não está no contrato”, ela diz.
Os lances já chegaram a US$ 155 mil.
Sobre os que a acusam de prostituição, ela argumenta: “Quando alguém faz uma coisa uma vez na vida, não é considerado dessa profissão".


19.9.12

 

Maison Favelas de Fogo


O que nos queima não é o fogo que samba sobre nossa pele e arde sem alarde.

Ou a falta de bombeiros, ou as bombas que os bambas mandaram nos jogar.

O fogo que nos tocam de tocaia queima menos a nossa alma que seu frio espanto.

Sua ganância imobiliária que nos deixa imóveis diante de moinhos de gente moída pelo desprezo e remoída pelo esquecimento.

Esses parafusos de chamas de barracos resumidos a nacos cinzentados serão mero efeito pirotécnico diante da implosão de vidas daqui e da explosão imobiliária de lá.

Seus prédios-towers-gardens-maisons se erguerão soberbos sobre nossas sobras, encobrindo das suas vistas tudo o que não for espelho.

De concreto, os que de nós sobreviver verão o apogeu do cimento e o declínio de quem já estava queimado pelo pavio aceso do destino.


6.9.12

 

Ali os alicerces de Alice


Ali os alicerces de Alice: sapatos altos de agulha fincada na pele branca-baba dos clientes que ela repelia como os sapatos catapultados agora às 4h48 da manhã contra a parede 2 X 1,7m da quitinete do Baixo Augusta.

Não podia calçá-los: a louca de baixo fez abaixo-assinado pra escorraçá-la de lá e afundar mais sua depressão.

Lá: prédio “de família” onde não se toleram moças assim, mesmo com suas boas-tardes de elevador, condomínios em dia e cabeça baixa diante de olhares superiores.

Aqui: redoma no 18° andar pra esquecer de si e do mundo e se sentir menos suja nos banhos 40 minutos de conta de luz cara pra tentar acender sua moral apagada e ascender sua baixa-estima.

Do alto, via as vias e a vida que não queria.

De baixo, olhava pro teto que a oprimia como os gordos casados do próprio prédio baforando a desculpa da reunião externa.

Rosto colado no chão, mirava os sapatos: só eles a sustentariam a trabalhar de novo e impedir que ela fizesse algo
para que tudo
ali cesse.

 

MINICONTO
SEIS ANOS


Órfão
Como cheguei até aqui
AplauS.O.S.
A incrível arte que eu não tenho de cantar junto uma canção que está tocando no rádio
Cada um tem seu par
A venda
Derrota
Debatendo a cara pra bater
Amuleto de mim
A neurolingüística da casa de papelão
Ex-tamira
Rio
Brasília
Feriados
O silêncio é a gente mesmo demais
Cemitério
Networking
Como é que chama isso aí sem nome?
Receita para um natal feliz
Ano novo, vida velha
Sérgio Sampaio
Sérgio Sampaio II
O prelúdio do dilúvio
Carência
Eu mereço coisa melhor
Três Carnavais
I - Escola de Samba Unidos da Desunião
II – Bandeira branca
III – É carnaval em Salvador
O dia em que o Sol sair de novo
Soberba
Você acha que consegue me cansar?
Aeroporcos
─ Que qui cê tem de goró aí? Porque eu não preciso beber pra ficar alegre
“Desvio para o vermelho”
“A minha casa é uma caixa de papelão ao relento”
Roteiro turístico
Bem imóvel
Fudeu!
A etérea esterilidade do meu desejo eterno e efêmero
Carrinho de batida
Casamento II
Casamento I
Casamento 0
Rádio-relógio
Depressão geográfica
PARE DE SOFRER!
Presença de espírito
A queda
Japonês-Hilux
Aeroporcos II
Ônibus
Serpentinas em luto
Equação
A volta da Manu
A volta (ou A vida não é Algodoal)
Sua saudade não vale um cartão da Telemar
O copo
"Vim buscar tudo o que é meu"
O manto úmido da saudade
Recado
Cartão de crédito
“Cai no areal e na hora adversa”
“Doce de sal”
Amostra da mostra
Janela
Finados
Banheiros do Ó
Olhos de ver
Futuro
Cela de menor
Destaque do mês
Batida
A gente não tem natal
Nós somos os seus piores pesadelos
Vamos matar logo esta saudade
Marca
Azulejos
PF & Cia.
Comida
Oração
Normalmente
Horizonte
Horário de verão
O segredo
O segredo II
São São Paulos
Achei que você teve certeza de que tivesse me visto
Contramão
Dengue
1° Encontro Internacional de Desencontros
Casais
Horóscopo
MATA!
Teledoença
Onde se lê
TÁ ASSUSTADO?
Sem miniconto(s)
Não converso com estranhos
Vasos comunicantes
O ganhador
Nascimento
Zuz
Academia da Berlinda*
Sim para não
Operação Solta e Agarra
Batmãe
Essa onda diet que emagrece a vida
Malabares no ar
Olimpíadas do fracasso
Supersuperficial
Encontro
Minicontos fraseados
Guarde você pra mim
Bora pra Borá
Tato tem memória
Ingressos e críticas
O dia em que São Paulo parou
Postinor
Telemarketing
Empregadice
Minicontos fraseados II
Deu tudo certo até começar a dar errado
A gente não se bate muito
A Bienal hoje é um tobogã de emoções
Caixinha de natal
Quando a cama quebrou
Presente de natal
Xadrez de olhar
O que você vai fazer da sua vida agora?
Miséria
À Judas
Melhora
O pedido
O pedido II
11 Pontos de alagamento
O X da xenofobia
O complexo caminho das lágrimas
Ex-comunhão
Os suicidas hereditários
O mundinho pequeníssimo do sr. Ínfimo
Aumento
Inverdade
LAVAMOS
Quer sair?
Há coitados açoitados no trem
Pandemia
Elevador
Nossa igreja está crescendo
Retiro espiritual
Açougueiro de luxo
A testemunha
O cheiro do seu cabelo
De onde a gente parou
En(trave)
Atos secretos
A liberdade que eu tenho pra sonhar
Essential things of Brazil
Vagantes
O povinho do pacote
Lembranças escurecidas pelo tempo
Palavras cruzadas (correção)
O medidor de palavras
Desfile
Minicontos fraseados III
Malabares no ar II
Malabares no ar III
Morte deliveri
Minicontos intitulados
Na falta de um bom título
Durante o meio segundo que você leva pra desviar o olhar
Hérnia de disco
A edícula do inferno
"Abacaxizinho de Natal"
Vaca homeopática
11 Pontos de alagamento II
Essa doença
Essa doença II
20 anos depois
A construção da destruição
"Mendigos serão sempre necessários"*
São Paulo Féchiom Uíqui
Absurdamente feliz!!!!!!
Prometeu acorrentado
Noite quente pra sonhos fumegantes
Figurantes principais
(Só)lilóquio
A vida nova que você me deu
“A tua santa tá querendo te enlouquecer"
FILOSOFIA DA EMPRESA
Queria o quê?
O desfragmentador
Ressonâncias magnéticas e eletrônicas
Não há mais paisagens no fundo do mar
Não é por aí
Só ao redor de si
“Vanessa, tire o véu da inocência”*
Supra-sumo
A falsa tranquilidade da chama da vela enquanto o Vento não vem
Defesa imundológica
So(i)sLaio
A cor do derramamento
Val-de-Cans
Vim buscar tudo o que é meu II
Fio narrativo
O abraço do taxidermista
Hidrografia do corpo
Tópy Méloddy
Bíblia
O colecionador
Banquete na Nova Higienópolis
ESTREIA OFICIAL DO MINICONTO - LADO B
Megaplégica
Cela de menor II
Agora eu me sinto assim
Vendem-se (no estado em que se encontram*)
Prometo ser fiel
Finados
A sombra da minha sombra
Leviatã pra viagem
“Dos seios de ‘Juliana’ ainda jorram leite”*
Parada de Lucas
MakLeys Cabeleireiros
11 Pontos de alagamento III
Luzinhas
Lugares
O poeta n.° 2
Lixo extra e ordinário
Ingrato grão
Ré-nuncia
VirtuAll
Refundação do abismo
Movimentos Mínimos para Deslocamentos Curtos (MMDC)
Busca e apreensão
Patologia do trato genital
Japão em 5 Tempos
I – Terremoto
II – Tsunami
III ─ Radiação
IV - Comboio decasségui
V – Os que sobramos
Pessoa do povo
O alvo é a paz
Família feliz (vende-se)
Brincando de devassa
Brincando de Bukowski
Natal polar
Bulingui
Dia dos Namorados
Ponha um pouco mais de de-li-ca-de-za
Vazamento de vida
Verniz saje
VAI!
Construdestruição
Construdestruição II
Captação híbrida
Isso
Programa de índio (ou Quase um Minifato)
Procura(dor)ia
UFC no metrô
Vida encapsulada
Morte Futebol Clube
Minicontos fraseados IV (Retrospectiva dos 5 Anos)
Minicontos intitulados II (Retrospectiva dos 5 anos)
Minicontos fraseados V (Retrospectiva dos 5 Anos)
Exercício diário de desapego
Minicontos fraseados VI (Retrospectiva dos 5 Anos)
Lixo hospitalar
Texto proibido para quem ainda tem esperança
Órfão II
Cracrolândia espalhada
Titanic mon amour
Buquê SP
Palace 3
Cerveja-almoço
Copromancia
Buquê SP II
Vá-te!
A menor roda gigante do mundo*
Quando a lágrima é maior do que a capacidade
Aí Cai
Paleontólogo amador
Tudo certo
Anonimato dos afetos escondidos
Razão-Ração
Greve no metrô
Ponto cego
Libertadores (Uma final à la timão)
Transformação
Autobiofagia
Ufa(!)nismo
NÃO10000000000000000000000000000000000000000000000000000000001
UHUlysses
Moeda de troca
Ré-curso
E-books, e-readers e e-erros
Ali os alicerces de Alice


2.9.12

 
E-books, e-readers e e-erros


Deu na Folha que editoras e livrarias já usam hábitos de leitores para aumentar a vendagem.

Eis a gloriosa era em que, enfim, leitores têm pleno domínio sobre o que desejam ou pensam que acham que devem desejar querer.

Livros extensos serão logo exterminados quando 9,99% dos clientes chutarem-os antes da 50ª página (sim, pode-se saber em qual empacaram).

Trechos sublinhados pelos leitores terão destaque nas capas, ainda que sejam do parágrafo final.

“Final” será um conceito relativo: a orelha trará (trairá?) o que os leitores acharam do final. Os mais populares participarão do BBB (Big Brother Brochura) e o vencedor será adotado na próxima publicação.

Capa?

Cada um escolherá a cor, imagem e título da sua (que virá com seu nome como co-autor da obra).

“1ª edição”?

Outro termo démodé: livros não terão data. Sairão um a um do forno pra esquentar os desejos calientes de clientes fervorosos da religião da Inovação Absoluta do 7º Dia.

E (revo) ré-volucionária...


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