26.4.12

 

Anonimato dos afetos escondidos


Foi o adeus quem fez você.

E que nos desfez.

Esse ente que só aparentemente era dois na sua dualidade unívoca e equivocada.

Quede os dois em nós agora nenhum?

Onde havia juras, perjuros compostos de ódio sobre-saem-se de si e nos afundam em nós.

Éramos tanto e tantos que de tão tontos fomos ficando fracos e fortalecendo mágoas de lagoas inundadas de lágrimas já secas de muito chorar.

Escondíamos de nós porque nos vermos no espelho do outro ampliava o desespero refletido e repetido no coti-di(a)no de horas sempiternas, minutos de silêncio e segundos de segundas intenções.

Quiçá fidelidade nunca rime com a intensidade da letargia que foi nos contagiando de afastamento súbito, especulação precoce e arritmia cardiopremonitória.

Mas é claro que você não se lembra de nada disso.

Prefere apenas enxergar a sombra dessa pessoa que se neblina de um passado que nos ultrapassou.

12.4.12

 

Tudo certo


Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo certo.
Eu preciso fazer tudo ser tão

4.4.12

 

Paleontólogo amador


João T. Arruda, da espécie Homo sapiens, tem 62 anos, é professor e paleontólogo amador.

“O Homo sapiens tem como característica o desejo de entender e influenciar o ambiente à sua volta, procurando explicar e manipular os fenômenos naturais através da filosofia, artes, ciências, mitologia e religião.”

“Paleontologia é a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico.”

João T. Arruda ficou famoso ao descobrir uma espécie de crocodilo que habitou São Paulo há 90 milhões de anos e que levou seu nome: Armadilloususchus arrudai.

João T. Arruda, professor, paleontólogo, descobridor de crocodilo e homem culto não gostava de som alto.

Mas seus vizinhos, cortadores de cana (também da espécie Homo sapiens?), gostavam.

Irritado, ele foi até a casa deles com uma carabina, fez ao menos cinco disparos, matou um e feriu outro.

Mas tudo isso são só hipóteses.

João T. Arruda é da espécie Homo sapiens, professor e paleontólogo amador.


This page is powered by Blogger. Isn't yours?