18.5.13

 

Parto partido*


− E agora?
− Tem um parto, lembra?
− Duvido; não sabe nem o pai.
− Pai não pari; o importante é ela.
− Isso aí é importante?
− Pra mim, só o salário importa.
− O bebê não tem culpa.
− Porque ainda não nasceu; logo terá.
− A dor tá me matando.
− Também matou a final do meu time.
− É o ciclo normal: uns nascem, outros morrem.
− Não tô suportando.
− Sim; sua voz é insuportável!
− Morrer deve ser um ato silencioso.
− Chorar é nossa primeira fala.
− Acham mesmo que a coitada entende metáfora?
− Coitada por ferrar meu happy hour?
Pelo estupro.
− Puta falta do que fazer, estuprar isso.
− Não queria ter engravidado.
− Tô fazendo meu melhor, mas a porra não vai.
− Gozou pelo menos?
− Ela, talvez; o cara, difícil.
− Difícil como se...
− Masturbação, querido.
− Não queria ter nascido.
− Vai nascer.
− Força.
− Não aguento mais.
− FORÇA.
− É o que o convênio deveria nos dar.
− FORÇA!
− Tá indo.
− É um caminho sem volta.
− Vai morrer!
− NÃO!!!
− Vai...
− Quem???


* Inspirado na peça "Cet Enfant", de Joël Pommerat.

 

Aliteração gastronômica


Videla: vitela pros vermes agora.

12.5.13

 

Minifato XXXVI
(a realidade goleando a ficção)


Menor de 16 anos mata a mãe ao “brincar” de roleta-russa com ela.

11.05.2013, véspera do Dia das Mães.


9.5.13

 
Entrevistas de desdesemprego

 
 (1ª)
− Onde você pretende estar daqui a seis anos?
− Na minha casa.

(2ª)
− Pode começar amanhã?
− SIM!


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