14.3.12

 

Aí Cai


Mendigo incendiado
toma seu banho de lua:
refresco de verão.


(Um miniconto-hai cai em comemoração do Dia da Poesia e em “tristememorização” de viver num país onde isso acontece.)

3.3.12

 


Quando a lágrima é maior do que a capacidade



Definhávamos uns nos outros num exercício diário de desapego.

Por razões proibidas pra quem ainda tem esperança.

Mas que transbordavam chãs de nossa pele já em carne viva (viva?) quase pus puro osso só.

Por que este castigo?

Pra lembrarmos do quão significante era nossa insignificância?

Pra nos desmundarmos desse mundo que nos imunda e inunda do vazio que somos e não serenos seremos?

Não.

Deve haver algo além de resofrer dor doida e doída. Patética. Pancreática. Que dá bis à bílis.

Deve haver um existir, ser, estar, crer que tudo isso cessará e sairemos com no mínimo 0,01% de nós.

Ainda que sejamos o inverso de nossas rotas rotas que se espalham e nos empalham.


(MINICONTO ABERTO A PROCESSO COLABORATIVO.
Inspirado na escultura "Not Enough Brain to Survive", de Thomas Lerooy.
Com o título e as frases acima.
Dez parágrafos de até 100 caracteres cada; contando os espaços.
Coloque sua sugestão no “minicomente”.
Vou divulgar um trecho por dia.
Seguindo a norma do blogue de ter somente textos ─ não é nada marqueteiro, eu sei , esta imagem se autoimplodirá em cindo segundos quando o miniconto for finalizado.
Grato.)






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