12.6.12
Em homenagem ao
Dia dos Namorados,
uma seleção de 24
minicontos sobre
relacionamentos.
Um
pra cada mês.
E
estado de espírito.
Para os namorados.
E desnamorados.
Escolha
o seu.
Hidrografia do corpo
Amuleto
de mim
Batida
"Vim buscar tudo o que é meu"
“Doce de sal”
A etérea esterilidade do meu desejo eterno e efêmero
Ponha um pouco mais de de-li-ca-de-za
A falsa tranquilidade da chama da vela enquanto o Vento não
vem
A vida nova que você me deu
Anonimato dos afetos escondidos
“Vim buscar tudo o que é meu II”
Cada um tem seu par
Casamento II
De onde a gente parou
Fio narrativo
Guarde você pra mim
III – É carnaval em Salvador
Movimentos Mínimos para Deslocamentos Curtos (MMDC)
Patologia do trato genital
Prometo ser fiel
Quando a cama quebrou
Sua saudade não vale um cartão da Telemar
Tato tem memória
VAI!
6.6.12
Ponto cego
Escuro.
Tudo em nada.
Nem não-algo pruma palavra que seja.
Esteja aqui.
Desconosco.
Neste território transitório.
Parado em si e longe de si mesmo.
Ensimesmado a vácuo de pura vaziez impossível.
Mas existente.
Resistente!
Onde a vista não alcança.
Onde à vista não se há paga.
Vestida de cansaço e despida de despedidas.
Terra tremida e temida.
Enrugada pele carcomida de carcoma.
Sarcoma comendo o coma em si.
Motricidade sem matriz.
Desfilhada de filiais.
Centrada em canto desencantado.
Sem língua pra boca oca.
Sem mão, demão ou corrimão pros desvãos de ser.
Sem alma pra pouco corpo.
Cem sentidos sentidos em vão.
Escura escuta.
Curra que ex-cura.
Urra!
Prenhe de buraco negro.
Partindo-se em partos faltos de
feto.
Fórceps de bípedes bipartidos em mil.
E reunidos em
antros desencontrados.
Perdidos e achados.
No nada.
Daqui a única coisa que não se vê
é o mundo.