6.6.12

 

Ponto cego


Escuro.
Tudo em nada.
Nem não-algo pruma palavra que seja.
Esteja aqui.
Desconosco.
Neste território transitório.
Parado em si e longe de si mesmo.
Ensimesmado a vácuo de pura vaziez impossível.
Mas existente.
Resistente!
Onde a vista não alcança.
Onde à vista não se há paga.
Vestida de cansaço e despida de despedidas.
Terra tremida e temida.
Enrugada pele carcomida de carcoma.
Sarcoma comendo o coma em si.
Motricidade sem matriz.
Desfilhada de filiais.
Centrada em canto desencantado.
Sem língua pra boca oca.
Sem mão, demão ou corrimão pros desvãos de ser.
Sem alma pra pouco corpo.
Cem sentidos sentidos em vão.
Escura escuta.
Curra que ex-cura.
Urra!
Prenhe de buraco negro.
Partindo-se em partos faltos de feto.
Fórceps de bípedes bipartidos em mil.
E reunidos em antros desencontrados.
Perdidos e achados.
No nada.

Daqui a única coisa que não se vê é o mundo.

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