19.11.12
Cidade Execução
Qual a Rota a1 seguir?
A de deixar tudo como está5 e fazer do Terror o grande líder
de todos?
A de exterminarmos uns aos outros11 numa fileira
interminável de comboios de caixões?
A de lotarmos cemitérios e cavarmos covas de prantos fundos
e27 soldados rasos?
A de fuzilarmos as leis matando39 a justiça e ladrões em
roletas russas à brasileira?
Que música executar para silenciar as chacinas gritantes que
nos berram tão53 sufocantes balas perdidas?
Como nos encontrar numa cidade sem governo, sem mando, sem
proteção e cem tiros na periferia60?
Por que esse azar periférico aniquila72 a vida de quem só
teve a má-sorte de nascer justo no toque de recolher?
Quando os políticos vão se tocar que guerras81 de memorandos
geram desgraças nada memoráveis?
E quando esse assunto será90 encerrado?
Quando estivermos todos101 enterrados?
17.11.12
VEJA o homem da cabra
Mas não, ele NÃO quer ser visto ou que alguém o veja desse jeito.
Dessa forma.
Deformada, obtusa, abusiva e morta.
Pelos olhos de quem vê no espelho o que renega em si,
condena no outro e ordena no seu caos interno e eterno.
Pela ré-tina de ressaca de um bode que se acha humano, se encontra
no húmus, se desencontra na ré-vista e cobra dos outros as cabras que comeu.
Pelas buchadas de bílis intestinadas de vontades, parcas de
teXtículos e fartas de pré-conceitos.
Pelos retos conceitos tortos de quem descuida de si e hemorróida-se
em sangrentos ataques a tudo que seus cornos e cérebro capricornianos não ruminam.
Menos grama a esse ruminante de pensamentos de ruins ruínas.
Menos grana a essa imprensa que prensa e não repensa ideias
tão-sem ideais.
E mais grãos de lucidez a essa lúcifer que incinera com o
fogo do rabo tudo o que congela seus ardentes desejos.
2.11.12
Finados
Até as sempre-vivas estão pela hora da morte.