26.9.13
Sinsinata
(Como construir a personagem perfeita em um minuto)
Não vá até ela.
Ela o encontrará.
No metrô, por exemplo.
Em princípio, alguém comum.
Com roupas “do povo”; uns diriam.
Tem seus 50 anos e é baixa e feia (o que não importa).
Nada que a diferencie do tsunami do povo.
Mentira: há um detalhe.
Imperceptível a todos; menos à sua mente psicótica que pensa
em temas correlatos.
Não deveria pensar, mas pensa.
Ela meneia a cabeça microssegundamente pra cima e pra baixo.
O que quer dizer isso?
Nada.
Porém, esse cacoete é gritante pra você.
E pior: não só físico.
Como se ela dissesse sim pra tudo.
Pra suas perguntas imaginárias e praquelas que não quer imaginar.
Ela suga seu olhar.
É a personagem ideal pra sua história; embora não tenha uma ainda.
Chama-a de Sinsinata: um nome perfeito.
Em 50 segundos não precisa saber mais nada dela. Nem deseja.
Mas antes de seguir seu caminho, sua mente psicótica (de
novo) nota, nos olhos dela que o veem agora, que há uma coisa que ela recusa.
E que você nunca vai descobrir.
7.9.13
Votos secretos
Entre desejos e dejetos, escorrem secretos decretos que recheiam
esgotos rotos de nos enganar.
Os que nos esganam com suas cálidas gargantas profundas de
silêncio soltam arrotos de ética que se esticam até a linha tênia de barrigas
retoalimentadas pela corrupção.
Vossos atos e desacatos eclodem lavas e lamas com as quais
se livram de presidiárias, reinam nas cadeias do poder e nos barram de nós mesmos,
impedindo de sermos ser e pedindo que sejamos servos de mandatos alheios.
Perdidos entre as PECs e os pecados das Vossas Excelências, proclamamos
passeatas contra as independências vossas e as fossas nossas. E nos deprimimos com
a injustiça que nada vê e tudo revê pelos olhos remelentos da burrocracia e
pelos ouvidos surdos aos berros e erros do povo.
Povoaremos plenos este plenário um dia?
Seremos nação sendo maioria minotária?
Nossos vetos são que vossos protestos de sucesso redundem em
franco fracasso.
6.9.13
MINICONTO
SETE
ANOS
Órfão
Como
cheguei até aqui
AplauS.O.S.
A
incrível arte que eu não tenho de cantar junto uma canção que está tocando no
rádio
Cada
um tem seu par
A
venda
Derrota
Debatendo
a cara pra bater
Amuleto
de mim
A
neurolingüística da casa de papelão
Ex-tamira
Rio
Brasília
Feriados
O
silêncio é a gente mesmo demais
Cemitério
Networking
Como
é que chama isso aí sem nome?
Receita
para um natal feliz
Ano
novo, vida velha
Sérgio
Sampaio
Sérgio
Sampaio II
O
prelúdio do dilúvio
Carência
Eu
mereço coisa melhor
Três Carnavais
I
- Escola de Samba Unidos da Desunião
II
– Bandeira branca
III
– É carnaval em Salvador
O
dia em que o Sol sair de novo
Soberba
Você
acha que consegue me cansar?
Aeroporcos
─ Que qui cê
tem de goró aí? Porque eu não preciso beber pra ficar alegre
“Desvio
para o vermelho”
“A
minha casa é uma caixa de papelão ao relento”
Roteiro
turístico
Bem
imóvel
Fudeu!
A
etérea esterilidade do meu desejo eterno e efêmero
Carrinho
de batida
Casamento
II
Casamento
I
Casamento
0
Rádio-relógio
Depressão
geográfica
PARE
DE SOFRER!
Presença
de espírito
A
queda
Japonês-Hilux
Aeroporcos
II
Ônibus
Serpentinas
em luto
Equação
A
volta da Manu
A
volta (ou A vida não é Algodoal)
Sua
saudade não vale um cartão da Telemar
O
copo
"Vim
buscar tudo o que é meu"
O
manto úmido da saudade
Recado
Cartão
de crédito
“Cai
no areal e na hora adversa”
“Doce
de sal”
Amostra
da mostra
Janela
Finados
Banheiros
do Ó
Olhos
de ver
Futuro
Cela
de menor
Destaque
do mês
Batida
A
gente não tem natal
Nós
somos os seus piores pesadelos
Vamos
matar logo esta saudade
Marca
Azulejos
PF
& Cia.
Comida
Oração
Normalmente
Horizonte
Horário
de verão
O
segredo
O
segredo II
São
São Paulos
Achei
que você teve certeza de que tivesse me visto
Contramão
Dengue
1°
Encontro Internacional de Desencontros
Casais
Horóscopo
MATA!
Teledoença
Onde
se lê
TÁ
ASSUSTADO?
Sem
miniconto(s)
Não
converso com estranhos
Vasos
comunicantes
O
ganhador
Nascimento
Zuz
Academia
da Berlinda*
Sim
para não
Operação
Solta e Agarra
Batmãe
Essa
onda diet que emagrece a vida
Malabares
no ar
Olimpíadas
do fracasso
Supersuperficial
Encontro
Minicontos
fraseados
Guarde
você pra mim
Bora
pra Borá
Tato
tem memória
Ingressos
e críticas
O
dia em que São Paulo parou
Postinor
Telemarketing
Empregadice
Minicontos
fraseados II
Deu
tudo certo até começar a dar errado
A
gente não se bate muito
A
Bienal hoje é um tobogã de emoções
Caixinha
de natal
Quando
a cama quebrou
Presente
de natal
Xadrez
de olhar
O
que você vai fazer da sua vida agora?
Miséria
À
Judas
Melhora
O
pedido
O
pedido II
11
Pontos de alagamento
O
X da xenofobia
O
complexo caminho das lágrimas
Ex-comunhão
Os
suicidas hereditários
O
mundinho pequeníssimo do sr. Ínfimo
Aumento
Inverdade
LAVAMOS
Quer
sair?
Há
coitados açoitados no trem
Pandemia
Elevador
Nossa
igreja está crescendo
Retiro
espiritual
Açougueiro
de luxo
A
testemunha
O
cheiro do seu cabelo
De
onde a gente parou
En(trave)
Atos
secretos
A
liberdade que eu tenho pra sonhar
Essential
things of Brazil
Vagantes
O
povinho do pacote
Lembranças
escurecidas pelo tempo
Palavras
cruzadas (correção)
O
medidor de palavras
Desfile
Minicontos
fraseados III
Malabares
no ar II
Malabares
no ar III
Morte deliveri
Minicontos
intitulados
Na
falta de um bom título
Durante
o meio segundo que você leva pra desviar o olhar
Hérnia
de disco
A
edícula do inferno
"Abacaxizinho
de Natal"
Vaca
homeopática
11
Pontos de alagamento II
Essa
doença
Essa
doença II
20
anos depois
A
construção da destruição
"Mendigos
serão sempre necessários"*
São
Paulo Féchiom Uíqui
Absurdamente
feliz!!!!!!
Prometeu
acorrentado
Noite
quente pra sonhos fumegantes
Figurantes
principais
(Só)lilóquio
A
vida nova que você me deu
“A
tua santa tá querendo te enlouquecer"
FILOSOFIA
DA EMPRESA
Queria
o quê?
O
desfragmentador
Ressonâncias
magnéticas e eletrônicas
Não
há mais paisagens no fundo do mar
Não
é por aí
Só
ao redor de si
“Vanessa,
tire o véu da inocência”*
Supra-sumo
A
falsa tranquilidade da chama da vela enquanto o Vento não vem
Defesa
imundológica
So(i)sLaio
A
cor do derramamento
Val-de-Cans
Vim
buscar tudo o que é meu II
Fio
narrativo
O
abraço do taxidermista
Hidrografia
do corpo
Tópy
Méloddy
Bíblia
O
colecionador
Banquete
na Nova Higienópolis
ESTREIA OFICIAL DO
MINICONTO - LADO B
Megaplégica
Cela de menor II
Agora eu me sinto assim
Vendem-se (no estado em que se encontram*)
Prometo ser fiel
Finados
A sombra da minha sombra
Leviatã pra viagem
“Dos seios de ‘Juliana’ ainda jorram leite”*
Parada de Lucas
MakLeys Cabeleireiros
11 Pontos de alagamento III
Luzinhas
Lugares
O poeta n.° 2
Lixo extra e ordinário
Ingrato grão
Ré-nuncia
VirtuAll
Refundação do abismo
Movimentos Mínimos para Deslocamentos Curtos (MMDC)
Busca e apreensão
Patologia do trato genital
Japão em 5 Tempos
I – Terremoto
II – Tsunami
III ─ Radiação
IV - Comboio decasségui
V – Os que sobramos
Pessoa do povo
O alvo é a paz
Família feliz (vende-se)
Brincando de devassa
Brincando de Bukowski
Natal polar
Bulingui
Dia dos Namorados
Ponha um pouco mais de de-li-ca-de-za
Vazamento de vida
Verniz saje
VAI!
Construdestruição
Construdestruição II
Captação híbrida
Isso
Programa de índio (ou Quase um Minifato)
Procura(dor)ia
UFC no metrô
Vida encapsulada
Morte Futebol Clube
Minicontos fraseados IV (Retrospectiva dos 5 Anos)
Minicontos intitulados II (Retrospectiva dos 5
anos)
Minicontos fraseados V (Retrospectiva dos 5 Anos)
Exercício diário de desapego
Minicontos fraseados VI (Retrospectiva dos 5 Anos)
Lixo hospitalar
Texto proibido para quem ainda tem esperança
Órfão II
Cracrolândia espalhada
Titanic mon amour
Buquê
SP
Palace 3
Cerveja-almoço
Copromancia
Buquê SP II
Vá-te!
A menor roda gigante do mundo*
Quando a lágrima é maior do que a capacidade
Aí Cai
Paleontólogo amador
Tudo certo
Anonimato dos afetos escondidos
Razão-Ração
Greve no metrô
Ponto cego
Libertadores
(Uma final à la timão)
Transformação
Autobiofagia
Ufa(!)nismo
NÃO10000000000000000000000000000000000000000000000000000000001
UHUlysses
Moeda de troca
Ré-curso
E-books, e-readers e e-erros
Ali
os alicerces de Alice
Maison Favelas de Fogo
Drible do vácuo
dEXtinoBora pra Borá
Realize (Móveis
Planejados)
Brinquedinho de armar-amar-matar
Finados
VEJA o homem da cabra
Cidade Execução
Reacionariozinho Bonsai
Conflito de gerações
Passar o Passat
(Em)possai!
Fim do mUNDO
Alternativas para escrever um conto de Natal
Ponte de safena
Sem tópico
Horroróscopo
Cricrítica
A fundação da cidade
UFC
Romênia
Aluada I
Aluada II
Tá Tu
Passageiro
Desperta!
Ré-cear
Que bom quando você deixa uma boa impressão
Hai quase
Entrevistas de desdesemprego
Aliteração gastronômica
Parto partido
G(PS)
Noticiário
Heróis com heroína
Temporal
Seguro Total Ltda.
A mão do Papa à mão de Dilma
Fragrante
Capitu lar
Microrresumo de um provável miniconto
Casal moderno
Dialética da xenofobia crônica
1.9.13
Dialética da
xenofobia crônica
- Vimos nenhuma saída com tantas chegadas.
- Vimos porque vocês saem de si e não chegam.