31.8.20
Semana Miniconto
Para celebrar, no dia 06 de setembro,
os 14 anos e os quase 500 minicontos
do blog Miniconto,
vou publicar um miniconto por dia até lá.
Acompanhe e compartilhe.
O resto tá OK
Esses peitinhos aí?
Huuuum... não sei... podiam ser bem maiores, né? São meio “estrábicos” também. O da direita podia ir um pouquinho pra esquerda. E o bico podia ser mais rosinha, né?
Na bunda, nem precisa falar que tem um montão de celulite, não é? O problema é o formato. É caída. E a banda esquerda é ainda mais baixa que a direita. Parecem os olhos do Cerveró. Faça uma recauchutagem urgente aí.
Já o rosto, o rosto... isso é o que tá me pegando mais. Difícil, né? Se pelo menos o Pitanguy estivesse vivo. Mas, pensando bem, nem ele faria tamanho milagre.
E se o rosto não ajuda, o que tem dentro dele, muito menos. Supondo que algum neurônio habite isso aí, vai morrer de solidão o coitado. Afinal, pra que mais de um, se você só fala de revista de fofoca, casamento de famosos e vídeos de gatinhos?
Bondade sua também nunca vi. O coração deve ser ainda mais oco do que seu cérebro.
Sendo bem sincerão, tô pensando na sua proposta, mas tá punk.
Mas, assim... o resto tá OK.
Podemos casar.
24.8.20
Por que a Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?
Por que EU recebi 89 mil do Quequê?
Sei lá. Vou lembrar como?
Recebo tanta coisa e de tanta gente. Na política, a gente recebe até quando não quer.
E eu vivo recebendo. De todo mundo.
Mas, se vocês acham que a política do “é dando que se recebe” é baba, experimentem sentir a baba fria do Bozo.
Não tem a mínima graça. É nojenta. Prefiro nem olhar pra cara daquele velho quando ele tá urrando sobre mim nos dias em que “me usa”, como ele fala.
Falar é modo de dizer, né? Difícil conversar com alguém que põe hinos militares como “música romântica” pra apimentar a transa.
E que coloca a foto do Ustra na parede da cama.
E fica o dia inteiro falando que vai dar porrada em todo mundo.
Se pra vocês isso é mamata, confesso que pra mim é torturante.
Não consigo mais lidar com isso, não.
Tô dando meu cargo de primeira-dama pra quem quiser. Que faça bom uso de “ser usada”.
Para as candidatas, já aviso: além de gastar muito, tem que dar muito pro gasto.
11.8.20
Acróstico pernóstico
Relembro pecados, mas
Esqueço os arremessados e
Nunca transpassados
À frente do meu passado.
9.8.20
100.000 mortos
Um1.
E daí2?
É só uma gripezinha3.
Esse vírus trouxe uma certa histeria, talkei?
São só números, pô!
Não tô nem aí pra números.
01, 02, 03 e 044 são meus filhos.
Acha mesmo que um pai que chama filho de zero10 se importa com a vida de alguém?
Coronavírus é igual à chuva. Você vai se molhar, mas não morre afogado.
Vamos enfrentar como homem, pô, não como moleque50.
E aqui é muito homem.
Sou homem, mas não sou coveiro2.000.
Sou Messias, mas não faço milagre10.000.
Mesmo com meu histórico de atleta, demos “azar” com essa pandemia, mas vamos sair dessa.
E se não sair, sem problema.
Sou Jair, mas não sou Sair.
Vamos tocar a vida20.000 e me, ops, e se safar.
Se até eu que peguei mofo no coração, digo, mofo no pulmão, consigo respirar aliviado no jet ski, por que vocês, não?
Bora pôr as cinzas dos 100.000 mortos50.000 no churrasco.
São, eram, 100.000 vidas.
Mas são só números80.000.
Que venham outras 100.000 à enésima potência.
À minha enésima impotência.
Números pra mim não valem nada.
Zero100.000!