10.11.06

 
Rio

Te espero nas pedras do Arpoador.

Sentado, fico admirando esta cidade tão bossanovamente que daqui fica fácil entender por que a bossa nova nasceu no Rio e não em outro lugar.

Mas embora o “O barquinho vai”, “a tardinha cai” na minha cabeça num choque de realidade tão cruel que “desmaia o sol”.

E faz as luzes do morro do Vidigal vagalumearem e me lembrarem que esse “dia de luz”, cheio de casalzinhos de mãos dadas, compradas ou alienadas, pode acabar em trevas muitos distantes dessa “festa de sol”.

Afinal, se “tudo é verão e o amor se faz”, seu coração-gelo, com ou “sem intenção”, não acompanha o calor todo que eu sinto dentro do peito e que vai me corroendo mais do que bala perdida.

“É a vontade de cantar” que eu não tenho.

Os “dias tão azuis” nocauteados pela “luz negra de um destino cruel”.

E o meu corpo “que desliza sem parar” em direção a um mar muito agitado, mas que um salva-vidas distraído com a beleza do Rio certamente não verá.

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