4.6.07
Casamento II
(ler com sotaque curitibano)
Bateu a porta mostrando que era dia de soco com olho roxo.
Corri com o anjinho pro quarto, que ele não merece ver as coisa que esse demo faz.
“Bandida! Tá correndo pra se lavar e tirar o cheiro do outro?”
Com a garrafa de pinga na mão, deu-me um soco que fez minha cabeça quicar no chão antes de poder falar que nunca tive outro homem na vida.
“Até mulher de rua é mais limpa que você! Mas cê vai ver. Eu vou te limpar!”
No que jogou a cachaça em mim gritei, mas quede vizinho, se tão tudo acostumado com esse inferno?
Riscou o fósforo, tacou na minha perna e ainda disse que eu devia outra pinga pra ele.
Só não virei cinza por obra do santo do Seu Manoel, que com pena de mim sempre põe um pouco de água na bebida do cão.
Do quarto, o pobrezinho chorava.
“Vá, sua vadia, cuidar desse traste que nem meu deve ser. Mas antes, faz meu café!”
Sentou no sofá, dormiu, roncou.
E eu só pensando quando vão inventar uma marca que já vem com vidro moído pra dar menos trabalho.
Corri com o anjinho pro quarto, que ele não merece ver as coisa que esse demo faz.
“Bandida! Tá correndo pra se lavar e tirar o cheiro do outro?”
Com a garrafa de pinga na mão, deu-me um soco que fez minha cabeça quicar no chão antes de poder falar que nunca tive outro homem na vida.
“Até mulher de rua é mais limpa que você! Mas cê vai ver. Eu vou te limpar!”
No que jogou a cachaça em mim gritei, mas quede vizinho, se tão tudo acostumado com esse inferno?
Riscou o fósforo, tacou na minha perna e ainda disse que eu devia outra pinga pra ele.
Só não virei cinza por obra do santo do Seu Manoel, que com pena de mim sempre põe um pouco de água na bebida do cão.
Do quarto, o pobrezinho chorava.
“Vá, sua vadia, cuidar desse traste que nem meu deve ser. Mas antes, faz meu café!”
Sentou no sofá, dormiu, roncou.
E eu só pensando quando vão inventar uma marca que já vem com vidro moído pra dar menos trabalho.