26.6.07
Rádio-relógio
Olhos fixos no teto por um bom tempo, pensa nas horas.
Vira de lado, mas o outro travesseiro não lhe deixa ver.
Observa o travesseiro.
Tinha dormido um pouco só pra descansar antes de sair, mas não tem ânimo nem de levantar a cabeça e ver as horas.
Como se os centímetros do travesseiro fossem um muro gigante.
Recorda o pai que dizia pra nunca abaixar a cabeça diante dos problemas.
Volta a olhar pro teto.
Quando ela morava lá, aquele era seu lado na cama. Era só virar, ver as horas e pronto. Agora, tudo mais difícil.
Num esforço descomunal, tenta de novo e levanta a cabeça.
0:53.
Muito tarde pra se arrumar e sair, ainda mais sozinho.
Podia ligar a música, se houvesse alguma razão.
Continua olhando pro quarto escuro.
Vazio.
Podia se levantar e ir pra cozinha comer alguma coisa, mas teria que atravessar o vazio ainda maior de uma casa toda vazia.
Pensa na vida.
Nas coisas que se passaram.
Como o tempo passou.
E no que não passa nunca.
Não quer pensar na vida.
Queria saber de novo que horas são.
Olhos fixos no teto por um bom tempo, pensa nas horas.
Vira de lado, mas o outro travesseiro não lhe deixa ver.
Observa o travesseiro.
Tinha dormido um pouco só pra descansar antes de sair, mas não tem ânimo nem de levantar a cabeça e ver as horas.
Como se os centímetros do travesseiro fossem um muro gigante.
Recorda o pai que dizia pra nunca abaixar a cabeça diante dos problemas.
Volta a olhar pro teto.
Quando ela morava lá, aquele era seu lado na cama. Era só virar, ver as horas e pronto. Agora, tudo mais difícil.
Num esforço descomunal, tenta de novo e levanta a cabeça.
0:53.
Muito tarde pra se arrumar e sair, ainda mais sozinho.
Podia ligar a música, se houvesse alguma razão.
Continua olhando pro quarto escuro.
Vazio.
Podia se levantar e ir pra cozinha comer alguma coisa, mas teria que atravessar o vazio ainda maior de uma casa toda vazia.
Pensa na vida.
Nas coisas que se passaram.
Como o tempo passou.
E no que não passa nunca.
Não quer pensar na vida.
Queria saber de novo que horas são.