31.7.07

 
Equação


Olhou pro rosto, pra bunda, pro rosto e pra bunda e, numa equação matemática que seu cérebro já estava cansado de resolver (embora àquela hora seu nível etílico tornasse seus pensamentos mais lentos), concluiu: é, dá pra comer (resultado correto, apesar de o nível de exigência ter sido rebaixado pelo mesmo fator alcoólico).

Quando ela pediu um maço de cigarro, calculou o gosto que o beijo teria, o tempo a mais que levaria pra beijar, a parada para comprar chiclete e a equação começou a não bater mais.

Mas pronto: ao final da outra caipirosca tudo se encaixava de novo. Ela parecia até mais agradável. Embora não beijasse direito (tudo bem, ele não queria só beijo) e tivesse pouca cultura (pra que discutir Kierkegaard na praia?) e empatia (não ia namorá-la mesmo).

No tempo certo, da forma que previra, do jeito que adivinhara e exatamente como calculara, a leva pro hotel.

Só não contava que ela também fosse formada em matemática. E que agora quisesse discutir a equação.

E a relação.

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