23.10.07

 
Amostra da mostra


No escuro desta sala meu mundo se ilumina.

Minha vida, cujo roteiro não daria nem um comercial de quinze segundos, encontra duração e direção nesses 461 filmes que a preenchem com histórias que nunca vivi, mas ganham projeção em mim.

Cada duas horas de filme servem como uma terapia em que converso com atores mais reais do que meus pseudo-amigos que estão sempre representando.

Mais do que aos seus personagens, os diretores me guiam para o único mundo no qual eu queria viver: o que não é meu.

Por isso, para mim essas fantasias são mais reais do que meu cotidiano de curta metragem e contra-regra.

Mesmo os de baixo orçamento arrecadam em mim fábulas de emotividade no desastroso choque entre a minha rotina tão sem emoção e essas centenas de mentiras reais.

No final, o preço que pago por sessão apaga um pouco o fracasso de público e de crítica dessa minha vida tão ruim de assistir.

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