16.10.07
“Doce de sal”
Da música “Cruel” do Sérgio Sampaio
Isso que fiz não foi nada.
Cruel mesmo foi amargar a alma que docilmente havia lhe entregue embalada em fitas de bem-casados.
Depois de caramelizar-me tanto nas suas promessas desmedidas, acabei perdendo o ponto.
O que era frescor e vivacidade ganhou o gosto amargo do rancor requentado.
A paixão, antes só calores e odores, hoje é pedra de bolor.
Dos doces encantos das nossas memórias só ficou o fel do ressentimento queimado e incrustado nesse corpo que não se deixa mais limpar.
A esperança tão bem confeitada apodreceu nessas ilusões cozidas em banho-maria.
Minhas lágrimas em calda nada açucarada viraram a cobertura perfeita pro seu escárnio derretido.
Por isso, se hoje lhe tiro o sal da vida, foi porque azedou tudo de doce que havia nela.
Cruel mesmo foi amargar a alma que docilmente havia lhe entregue embalada em fitas de bem-casados.
Depois de caramelizar-me tanto nas suas promessas desmedidas, acabei perdendo o ponto.
O que era frescor e vivacidade ganhou o gosto amargo do rancor requentado.
A paixão, antes só calores e odores, hoje é pedra de bolor.
Dos doces encantos das nossas memórias só ficou o fel do ressentimento queimado e incrustado nesse corpo que não se deixa mais limpar.
A esperança tão bem confeitada apodreceu nessas ilusões cozidas em banho-maria.
Minhas lágrimas em calda nada açucarada viraram a cobertura perfeita pro seu escárnio derretido.
Por isso, se hoje lhe tiro o sal da vida, foi porque azedou tudo de doce que havia nela.