18.12.07

 
Batida


Tô ouvindo seu coração batendo. O som invade seu quarto e ecoa no meu cérebro como uma canção de ninar. Até conseguiria dormir se já não estivesse sonhando. Agora, não escuto mais o maldito barulhinho do relógio que ficava impiedosamente me gritando que tenho hora pra sair daqui. Como se sair daqui fosse possível e como se este momento não fosse infinito. Sob você, nem sinto o frio que entra pela janela e não é páreo pro calor do seu corpo. Fico contente por ter causado essas reações que, acredite, foram ainda maiores em mim. Tão maiores que me pergunto se as mereço e tenho um medo enorme de ter rapidamente entregue a você todas as combinações de mim que há tempos estavam guardadas em lugares que nem mesmo eu lembrava. Por falar em lembrar, amanhã, quando você acordar, ficaria muito feliz se mostrasse que não esqueceu meu nome de novo.

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