25.12.07

 
A gente não tem natal


Essas luzes que pisca-piscam dão vontade de fechar meus olhos pra sempre. As mensagens e cartões e telefonemas que recebo são o recibo pra minha depressão aumentar ainda mais. Parecem vindas de outro mundo que com certeza não é o meu. Não entendo o porquê de tanta alegria. Como se a felicidade plena se resumisse a cinco quilos de peru com farofa. Estou farto dessa mesa farta. Preciso de remédio para não vomitar. Aqui, a gente só tem fartura de vazio. Do vazio das cadeiras que sobram e não voltarão a ser ocupadas. Das lembranças que amargam a memória e impedem o futuro. Do sono que é a única forma de ver a meia-noite não chegar e acabar mais cedo com essa data que nos maltrata tanto. Da vida que não foi e não será mais. Nunca mais como antes. Quando a gente também não tinha natal, mas ainda guardava alguma esperança de ter um dia.

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