25.3.08
Contramão
Por mais que me afaste, meus pensamentos continuam colidindo com você. Rumo sem rumo, fugindo mais de mim do que do nosso passado. Acelero, mas a velocidade é ultrapassada pelas lembranças que constantemente me atropelam. Paro. Já não há (havia?) por que ir. Pelo retrovisor, olho os outros carros vindo de onde você está. De onde deveríamos estar. Como se os expulsasse e me dissesse que finalmente entendeu que precisamos voltar. Que eu preciso voltar. Agora! Sem demorar mais nenhum segundo. Sem me importar com retornos, placas e leis criados só pra nos atrapalhar. Dou meia volta no acostamento e sigo contra tudo e contra todos que querem nos separar. Não compreendem que a direção certa e ir em sua direção. Buzinam e gritam e xingam, mas só consigo ouvir sua voz. A mão direita carinha sua foto. Na palma dela vejo a aliança. E nosso destino na contramão.