24.6.08

 

Nascimento


─ 23 de junho de 1973, à 1h20.
─ Tanto tempo pra isso?!


17.6.08

 

O ganhador


Não gostava de perder nem no perde-ganha.


10.6.08

 

Vasos comunicantes


Sei que está pensando em mim agora.

Como que acordada pelo sonho que tive e fê-la ficar ainda mais próxima, ultrapassando um passado sequioso de não presentear-nos com o futuro. Separadamente juntos, emitimos ondas que transpõem milhares de quilômetros de barreiras reais e imaginárias, desafiando a eficácia de radares incapazes de fotografar o percurso do encontro de dois corpos que nunca se afastaram. Muito menos nessa memória que preenche o vazio dos dias com sons, silêncios, eternidades, momentos, toques, cheiros, calmarias, fúrias, gostos e até pequenos desgostos que não são nada se comparados ao todo de tudo o que você é. E que agora somos novamente sem jamais termos deixado de ser. Neste dia, que é hoje e sempre, voltaremos ao começo e finalizaremos com o reinício desse caminho inverso que nos regressa dessa distância que nunca nos distancia.


3.6.08

 
Não converso com estranhos


Conversar? Pra quê? Pra ouvir esse seu papinho de conquista tão descaradamente descarado, mas que foi sorrateiramente implodindo minhas muralhas? Pra escutar sua voz que nunca se labirinta na minha memória? Pra guardar nos meus ouvidos esse seu riso-remédio que curava todas as gritantes chagas que tinha? Pra sentir seu coração marca-passando o meu? Não. Não converso mais. Cansei de acender o pavio pra me destruir. Não falo mais com ninguém. Nem comigo mesmo. Ainda que essa estranha que me perplexa agora no espelho implore pra eu recordar o passado. O tempo em que era feliz. Em que ÉRAMOS felizes. De sons tão diversos do estéreo e estéril pinga-pingar dessas lágrimas. Não dou mais uma palavra. Pra você as dei de graça. E a desgraça me foi cara.


Originalmente publicado no blogue eumapenaeunaoserburra.wordpress.com.

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