3.6.08

 
Não converso com estranhos


Conversar? Pra quê? Pra ouvir esse seu papinho de conquista tão descaradamente descarado, mas que foi sorrateiramente implodindo minhas muralhas? Pra escutar sua voz que nunca se labirinta na minha memória? Pra guardar nos meus ouvidos esse seu riso-remédio que curava todas as gritantes chagas que tinha? Pra sentir seu coração marca-passando o meu? Não. Não converso mais. Cansei de acender o pavio pra me destruir. Não falo mais com ninguém. Nem comigo mesmo. Ainda que essa estranha que me perplexa agora no espelho implore pra eu recordar o passado. O tempo em que era feliz. Em que ÉRAMOS felizes. De sons tão diversos do estéreo e estéril pinga-pingar dessas lágrimas. Não dou mais uma palavra. Pra você as dei de graça. E a desgraça me foi cara.


Originalmente publicado no blogue eumapenaeunaoserburra.wordpress.com.

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