8.7.08

 
Academia da Berlinda*



Aos que vieram e aqui chegaram e ainda estão, devendo não estar, mas insistindo em ficar, tenho péssimas notícias: não podiam ter vindo, crescido, nascido ou sequer pensado em existir.

A única saída que posso lhes oferecer é a mesma por onde entraram, ou seja, a total falta de perspectiva de uma vida ativa.

Tudo o que vêem à sua volta lhes será motivo de revolta e volta e meia quererão sair, inconscientes da distância que cerca seus desejos e da cerca que seca suas almas.

Proibidos de continuar e impedidos de sair, permanecerão ausentes de si num lusco-fusco de fogo-fátuo, inquilinos da morte que lhes cobra o aluguel das suas reles existências.

E se acham que já não têm mais nada a perder, percam as esperanças porque o sofrimento mal começou.

Dito isso, fiquem à (minha) vontade.


* Meses após apresentação da banda homônima, horas depois de visita a uma academia e minutos posteriores à imaginação de uma mente desconexa.

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