29.9.08

 
Bora pra Borá


Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu ia embora pra Borá.

Mas eu não sou da sua rua e, pior, não sou nem da minha rua, porque não me reconheço nesses caminhos estranhos de trânsito e faróis que apagam o tempo e nossas vidas entre uma marcha e outra.

Por isso, sigo em marcha pra Borá, pois cansei de ser pequeno na cidade grande, e quero ser alguém nesse município que de tão pequeno é o menor do estado e o mais indicado pro estado em que me desencontro.

E pra que ser grande se lá simplesmente posso ser? Ser amigos dos amigos dos meus vizinhos, conhecer cada um pelo nome, falar aquele “tarrrrde” que demora na língua, enquanto espero a noite que nunca tarda.

Em Borá serei uma pessoa sem pressas e sem essas, deixando o tempo passar entre os dias como quem valsa no meio de uma partida de futebol.

Serei presentemente o futuro do futuro, que lá a esperança não só me espera como também me carinha o rosto marcado pelos desgostos daqui.

Embora agora pra Borá!

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