1.9.09

 
Lembranças escurecidas pelo tempo


A cidade ainda estava lá.
Ele não.
Embora estivesse.
Era como se tivesse ficado ou se perdido numa outra cidade. A da sua memória. Com outros lugares, ruas, pessoas, sons, gostos, surpresas, alegrias, lembranças. Desse tempo esvanecido, esperava as mesmas coisas. Mas os dali não esperavam nada dele.
Muito menos que viesse.
Ficasse.
E se mantivesse ali, à espera.
Torcendo por algo que sabia que não aconteceria. E se acontecesse não seria como fora. E se fosse, por que não teria acontecido antes? Por que simplesmente não poderia ter permanecido e vivido ali? Por que a partida e esta volta agora?
Porque ele precisava ver que, não vendo mais o que vira, apagava em si o que na verdade nunca existiu.

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