22.3.10

 
A vida nova que você me deu


E quando tudo tava escuro no meio de tantos desencontros e me encontrando no fim de perdas que sempre reiniciavam, você surge, sorri e traz a luz. Não uma luz qualquer: a sua luz! Unicamente sua. Sim, sim, sim! Quem mais me alçaria do abismo em que já não me abismava de ficar? Só você! E pensar no jorro das noites sangrentas, no marasmo do turbilhão de tristezas, na calmaria irritante da voragem que a tudo destruía. Mas isso foi antes de você chegar. Sim, sim, sim! Porque agora sou outra pessoa. Melhor: sou milhares de outras pessoas com bilhões de projetos e planos ─ e ainda crio tempo pra outros zilhões: podem me chamar, podem me chamar! ─ e presepadas (que nem tudo é perfeito), mas com você tá perfeito e tá ótimo e tô feliz. Pois tudo se divide antes e depois de você. Só não posso dividir você com mais ninguém, porque com você sou a soma de tudo que não fui e o múltiplo de vários eus que jamais poderão ser subtraídos de você e da vida nova que você me deu.

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