15.6.10

 
Defesa imundológica


Tenho em mim meu antieu.

Um gene gênio que destrói seus gêmeos com a burrice de quem declara uma guerra a si.

Nessa guerra bastarda que nunca se basta, a luta de cada hora é só uma trincheira da batalha diária que antecede o holocausto semanal de meses eternos. Entre mortos e feridos, ressuscita diariamente algo que já não se classifica e não vê sentido em acordar e enfrentar a rotina de rota tão autodestruidora.

Perdido num campo minado em que há mais bombas que terra, até já se resigna de sofrer cada pequena dor, que é quase anulada pela seguinte, a qual traz consigo uma próxima acompanhada da posterior.

O que resta do ataque constante dessa defesa imundológica, de poderio desigual e com a lógica perversa do avesso, é nocauteado por drogas que não curam a causa, não aliviam os efeitos, arruínam o que mal sobrevivia e cansam mais do que esperançam.

Na luta contra mim, me venci me derrotando.

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