15.1.11
Lixo extra e ordinário
O que sobra na mesa do rico tem que ir pra mesa do pobre. Certo parceiro?
Errado!
Até seria, se a gente tivesse mesa, sala, casa e outros bagulhos que o povo tem. Se a gente fosse gente. E não esses zumbis que ficam moscando aqui. Sendo um resíduo a mais nesse mar de resíduos. Que as pessoas jogam fora e não tão nem aí. Mas que viram nosso ganha-pão. Um pão velho recheado de mortadela vencida e geleia de chorume.
Os restos da sociedade sobrevivem dos restos do que restou de vocês. Nada mais justo.
O quê? É, sei que não acham. Sacanagem a gente pegar busão junto com vocês catingando nosso perfume “Aterro do Bosque”.
Queriam enterrar a gente lá no aterro, né? Embaixo de 50 metros de lixo pra não ter a mínima chance da galera sair e lembrar a vocês que existe. Que o lixo de vocês, além de entupir bueiros, alagar ruas e mostrar como são podres, também existe.
E que pra gente ele vale muito mais do que vocês um dia sonharam em ser.
(A partir do filme “Lixo extraordinário”)
O que sobra na mesa do rico tem que ir pra mesa do pobre. Certo parceiro?
Errado!
Até seria, se a gente tivesse mesa, sala, casa e outros bagulhos que o povo tem. Se a gente fosse gente. E não esses zumbis que ficam moscando aqui. Sendo um resíduo a mais nesse mar de resíduos. Que as pessoas jogam fora e não tão nem aí. Mas que viram nosso ganha-pão. Um pão velho recheado de mortadela vencida e geleia de chorume.
Os restos da sociedade sobrevivem dos restos do que restou de vocês. Nada mais justo.
O quê? É, sei que não acham. Sacanagem a gente pegar busão junto com vocês catingando nosso perfume “Aterro do Bosque”.
Queriam enterrar a gente lá no aterro, né? Embaixo de 50 metros de lixo pra não ter a mínima chance da galera sair e lembrar a vocês que existe. Que o lixo de vocês, além de entupir bueiros, alagar ruas e mostrar como são podres, também existe.
E que pra gente ele vale muito mais do que vocês um dia sonharam em ser.