12.2.11

 
Refundação do abismo


A ilusão é um falso chão.

Tão falso quanto este atual não-abismo em que as pessoas insistem em pisar e repisar e eclipsar a realidade, fingindo uma segurança que não há nunca houve sequer jamais existiu, embora já não haja nosso-meu querido abismo que soterraram com suas certezazinhas fajutas baseadas em teoremas mal provados e achismos perdidos.

Quede o não-lugar onde caíamos eternamente livres de nós e de tudo? Grávidos só da gravidade e sua grave leveza. Partindo prum parto às avessas sem data pra cesarianarmos uns aos outros.

Onde esquecíamos o destino-chão final, pois o abismo não cansava de se abismar em si mesmo, deixando os incrédulos abismados e tornando a viagem a sua própria linha de chegada numa sucessão de não-tempos sem paradas, escalas e escolhas.

Quem teve a maldita ideia de tirar nosso não-chão e pavimentar esta barreira sob nossos pés desejosos de perder o peso-tonelada do corpo?

Qual a vantagem de não cair se estamos agora nesta profunda depressão?

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