26.3.11

 
II - Tsunami


Talvez porque merecêssemos (?), a desgraça engraçou-se de nós.

No que era “só” terremoto, pânico, destruição (1.799), teatro da vertigem sem plateia, do absurdo sem razão, vieram as ondas (ondas? AQUILO???) e redestruíram o que tentávamos ser nós poucos fantasmas.

Redemoinhávamos em redemônios moinhos gigandantescos d’água, d’inferno (2.594), d’demo-capeta-puta-que-pariu POR QUÊ?

Afundávamos em nós, si, te, ti, tu, se, lhes, conosco-convosco-todos-os-pronomes-pessoais-retos-tortos agora inúteis, pois cadê as pessoas? Mães, pais, crianças, nós mesmos?

Cadê o ar-oxigênio que já era o muito-quase-NADA-pouco que tínhamos? Tínhamos...

Cadê o ar, ar, AR, PORRA! Glub-glub, ar-oxigênio, ar-qualquer-coisa, glub-glub (3.217), só um pouco de ar?

Água na boca-pulmões-pâncreas, água, água, ÁGUA! Cadê o ar, AR? Pra que tanta água se nossas almas-ilhas-perdidas já encharcavam de morte por todos os lados?

Cadê o a

No ralo-profundo do oceano, (4.690) esgotávamos a contragosto em esgotos humanos.

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