28.5.11
Brincando de Bukowski
Tudo isso que hoje ninguém entende.
Tudo que escrevi, tô escrevendo e escreverei e que esses primatas do mundo contemporâneo demorarão milênios pra entender, se é que um dia conseguirão ler.
Todos os calhamaços espalhados pelo chão desse porão infecto onde moro e que alguns otimistas até chamariam de lar, mesmo entulhado de garrafas de bebida, baratas e restos de orgias e drogas e que um dia vocês, que recusam minhas cartas diárias implorando pra publicarem meus trabalhos, reconhecerão como históricos.
Todas as noites em que passo nos bares, inspirado por uísques e vodcas e cervejas sem marca e mulheres marcadas e papos marcantes e seja lá o que esses botecos do subúrbio possam ter em suas instalações miseravelmente podres e tão bem adaptadas a nós, os miseráveis.
Isso é o cerne da minha literatura autodestruidora dos padrões, dos amigos, dos parentes, de mim e de qualquer vestígio do que possa ser chamado de relacionamento humano.
Tudo isso vai sobrar um dia.
Menos eu.