8.6.11
Bulingui
O Tetinha era foda.
A gente no recreio fumando escondido do bedel e o Tetinha lá, estudando na sala.
O povo no futebol e o Tetinha lá, fazendo drinks de CDF com a buceta do bico de Bunsen.
Todos pegando as menininhas nos bailes e o Tetinha lá, não sendo convidado e virando o alvo das piadas.
Aquilo era um absurdo e não podia continuar sem alguém dar um jeito no TE-TI-NHA!
E esse alguém éramos nós.
Porra, se não era.
Esperamos ele, quer dizer, a coisa amorfa, no seu hábitat natural: a cantina.
Após suas três-coxinhas-duas-esfirras diárias, o troço foi ao banheiro cagar as três-coxinhas-duas-esfirras-quatro-bananas-comidas-em-casa diárias.
E aí jogamos nele TODOS os cestos de papel nada higiênico que tavam ali e os que trouxemos de casa.
Afogamos o idiota naquela neve imunda empilhada até o teto.
E o pior, o pior mesmo, que lembramos até hoje, não foi isso.
Minutos depois ele saiu todo nevado de merda, viu os que tavam ali esperando a bosta que ia falar e...
Não disse nada.
O Tetinha era foda.