26.4.12
Anonimato dos afetos
escondidos
Foi o adeus quem fez você.
E que nos desfez.
Esse ente que só aparentemente era dois na sua dualidade unívoca
e equivocada.
Quede os dois em nós agora nenhum?
Onde havia juras, perjuros compostos de ódio sobre-saem-se de
si e nos afundam em nós.
Éramos tanto e tantos que de tão tontos fomos ficando fracos
e fortalecendo mágoas de lagoas inundadas de lágrimas já secas de muito chorar.
Escondíamos de nós porque nos vermos no espelho do outro ampliava
o desespero refletido e repetido no coti-di(a)no de horas sempiternas, minutos
de silêncio e segundos de segundas intenções.
Quiçá fidelidade nunca rime com a intensidade da letargia
que foi nos contagiando de afastamento súbito, especulação precoce e arritmia
cardiopremonitória.
Mas é claro que você não se lembra de nada disso.
Prefere apenas enxergar a sombra dessa pessoa que se neblina
de um passado que nos ultrapassou.
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O título é um dos versos da música "Foi Deus quem fez você", composta por Luis Ramalho e famosa na interpretação da Amelinha.
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