31.10.12
Brinquedinho de
armar-amar-matar
Era o NOSSO brinquedo!
NÃO entediam isso.
Mesmo nos isolando da desolação do mundo, nos afastando
desta máscara coletiva de pseudofelicidade que mascara os mais tristes rancores
ou tentando fugir da depressão desta vala em que eles, sempre eles, insistem em
nos afundar, éramos vigiados, perseguidos, discriminados, escorraçados.
Mas seguíamos.
Venerando o que acreditávamos e nos fazia crer em nós mesmos.
Continuávamos seguindo e construindo.
Armando e amando o que era já parte indissociável da nossa
vida e nossa existência inteira fora nada se ele não existisse e resistisse
como nós e por nós.
Apesar de todos os ódios, de sermos os únicos tão diferentes
desses seres cujo único objetivo era aniquilar o nosso.
Armar.
Amar.
Matar.
Palavras tão díspares, mas que eles nos forçaram a disparar.
Acabando com toda a pureza que havia nele.
Com o pouco que restava de nós e do nosso brinquedo.
E com todo mundo.