6.12.12
Passar o Passat
O toca-fitas (sim, ele mesmo) do Passat 82 toca o terror e
Iron Maiden pro bairro inteiro ouvir metal e metralhar.
O cavalo-de-pau quase toca o poste, o velhinho, as crianças
na calçada ou qualquer coisa assim, mas aí ele se toca e esgana o volante, enganando
a playboyzada.
A acompanhante ─ não dele, mas dos dois tiozinhos (carecas,
50-60 anos, barriga de chopp) do
Camaro amarelo ─ diz que cobra R$ 70 na baixa temporada ou R$ 100 na alta e dorme
melhor quando toma dois-três Diazepam (Lexotan, Bromazepam, Manhattan ou
qualquer troço assim) em vez de um só.
A avenida, vida, via ou qualquer caminho assim é longa, mas
curta demais pros sonhos já pesadelos dos quatro.
Os faróis piscam, os motores roncam e ele, eles, ela ou
qualquer desculpa assim roncam também e o Iron Maiden agora troca e toca
inexplicavelmente “Camaro Amarelo”.
Toca tão forte e alto que mal dá tempo de mudar de música, avenida,
vida, destino ou qualquer final assim.