24.7.13

 
A mão do Papa à mão de Dilma


Ele tá descendo.
Parou.
Acenou pra nós.
Deve ser uma benção. Ou tique nervoso. Ou mal de Parkinson.
Apoiou na escada. Tá cansado? Já tem quase 80.
É, são doze horas de voo. Mas doze na primeira classe.
Foi ao banheiro quando acordou?
E se foi, lavou as mãos direito?
Usou só o fiapinho de água recondicionada? Vem de onde essa água?
Deve ter cumprimentado os jornalistas (até da imprensa marrom) e todos no voo.
E vai querer me cumprimentar.
Quem é o infeliz que inventa esses protocolos?
Por que não posso só dar um “oi, valeu te conhecer, cuidado com vinagre e balas perdidas e tchau”?
Ele precisa ter lavado bem as mãos.
Mas não adianta. Pôs na escada de novo.
O que tinha de empregadinho carregando isso pra lá e pra cá.
São os mesmos que carregam as malas? Pior: os mesmos que lavam os banheiros?
Ele tá vindo. Tá me estendendo a mão.
Se eu não apertar, a foto vai pra eternidade.
Vão queimar meu filme. Vou arder no inferno.
A mão de Deus vai me esmagar.

Muito mais do que essa dúvida...

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