6.9.16
Ao sol, um mendigo
velho bate os pés e sorri
E sorri porque hoje tem feira, a Rosália vem catar os restos
do que restou e dormir do lado dele com a eterna garrafa de pinga; depois ela nem
sente eles transarem.
Na outra semana ela faz 55, o pessoal do albergue compra um
bolinho e o Jonielson topa dar um presente especial pra “tiazinha que não deve
trepar há séculos”; por pena e porque ela dá a grana de três meses juntando
latinha.
Jonielson, agora Johnny, tá no Trianon, sai na Ferrari sangue
do italiano que pira quando ouve “Johnny B. Goode”, aumenta o som e a grana do
michê pra eles curtirem “só esta vez” sem camisinha.
Em Amatrice, o italiano discute com o marido, que esfrega o
teste de AIDS e a culpa na cara dele e desmorona:
um relacionamento de 20 anos;
os móveis do apê;
e o prédio
(ajudado pelo terremoto).