7.1.17
Ali eu fui feliz
Tinha
a princesa, o lago da Princesa e estávamos banhados de chuva e chavões de felicidade
que fecham as portas da vida real, mas abrem caminhos para a sempre necessária ilusão.
Não tinha
o jorro das noites sangrentas que povoa as insônias com seus gêiseres vermelhos
borbulhando na mente.
Tinha
o futuro que até então não tinha passado.
Não tinha
preocupações com o presente porque estar ali já era o presente (de grego).
Tinha
a alegria incontida e não sabia que, por ser incontida, ela jamais caberia em nós;
muito menos em mim.
Não tinha
a desesperança que hoje vive à minha espera.
Tinha
o sorriso nos lábios de quem nunca precisou fazer respiração boca a boca com a depressão.
Não tinha
a noção de que tudo aquilo era sem noção.